07/10/2017 - Caixa exigirá entrada de 50% para compra de imóvel usado
A partir da próxima segunda-feira, ficará mais difícil financiar a compra de imóveis usados pela Caixa Econômica Federal. O banco público, líder no segmento, decidiu reduzir o teto do financiamento de imóveis usados de 70% para 50% do valor do bem. Ou seja, quem estiver interessado em comprar a casa própria vai precisar desembolsar metade do valor do imóvel para conseguir o financiamento.
A medida só valerá para novos contratos e ficará em vigor até o fim do ano, pelo menos. Além disso, o banco público suspendeu novos financiamentos em que um imóvel já financiado por outra instituição financeira é vendido para um terceiro, usando recursos da Caixa. As novas regras valem para financiamentos com recursos da poupança e do FGTS. Contratos em vigor continuam sem qualquer alteração.
Segundo o vice-presidente de Habitação da Caixa, Nelson Antonio de Souza, a prioridade do banco, agora, é financiar imóveis novos.
- A prioridade é para imóveis novos, que geram emprego e renda. Não mensuramos o impacto no mercado, mas essa medida será até o final do ano. Depois, voltam às condições anteriores. A mudança é para estimular empregos e focar recursos para novas obras - disse o vice-presidente.
O banco também recomendou à sua rede que dê preferência a contratos com menores cotas de financiamento e que tenham indicação ou melhor qualificação.
RITMO MENOR
A nova decisão vem em um momento em que a Caixa está reduzindo o ritmo do crédito habitacional em todas as linhas, mas sobretudo com recursos do FGTS. Em julho, o banco já havia anunciado que a linha pró-cotista, suspensa em maio por falta de recursos, seria retomada apenas em 2018.
Uma das justificativas apresentadas pelo banco público é adequar o sistema a uma nova norma do Ministério das Cidades. Editada em agosto, a Instrução Normativa 32 determina que o orçamento habitacional do FGTS seja executado de forma mensal, e fixa percentuais para os meses de agosto a dezembro, para evitar que a verba acabe antes do fim do ano.
Segundo o Ministério das Cidades, a medida foi editada porque o FGTS não dispõe de margem para liberar recursos novos além do orçamento anual, que é de R$ 71,7 bilhões em 2017. A Caixa recebeu 80% deste montante, e o Banco do Brasil, os 20% restantes.
De acordo com dados da Caixa, o volume do crédito imobiliário atingiu R$ 62 bilhões até setembro, sendo R$ 47,6 bilhões com recursos do FGTS. As concessões subiram 20,5% em relação ao mesmo período do ano passado, mas o orçamento também ficou maior. Segundo Souza, o montante disponível para 2017, somando várias fontes, é de R$ 84,2 bilhões, contra R$ 81 bilhões em 2016.
Fonte: Fonte: O Globo, Manoel Ventura e Geralda D
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